terça-feira, 30 de junho de 2015

domingo, 28 de junho de 2015

sábado, 27 de junho de 2015

Guimarães Rosa

Impaciência

Eu queria dormir
longamente... 
(um sono só...)
Para esperar assim
o divino momento que eu pressinto,
em que hás de ser minha...

Mas...
e se essa hora
não devesse chegar nunca?
Se o tempo, 
como as outras cousas todas, 
te separa de mim?!...

Então... 
ah! Então eu gostaria
que o meu sono, 
friíssimo e sem sonhos
(um sono só...)
não tivesse mais fim.

Se eu pudesse correr pelo tempo afora,
vertiginosamente,
futuro adiante,
saltando tantas horas tediosas,
vazias de ti,
e voar assim até o momento de todos os momentos,
em que hás de ser minha!...

Mas... 
e se esse minuto faltar
nas areias de todas as ampulhetas?...
E se tudo fosse inútil:
a máquina de Wells,
as botas de sete léguas do Gigante?!...

Então... 
ah!, então eu gostaria
de desviver para trás, dia por dia,
para parar só naquele instante,
e nele ficar, eternamente, prisioneiro...
(Tu sabes, aquele instante em que sorrias
e me fizeste chorar...)



João Guimarães Rosa nasceu dia 27 de junho de 1908 — Rio de Janeiro. Faleceu em 19 de novembro de 1967. Guimarães Rosa foi um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Foi também médico e diplomata.





sexta-feira, 26 de junho de 2015

quarta-feira, 24 de junho de 2015

segunda-feira, 22 de junho de 2015

terça-feira, 16 de junho de 2015

Saudade é...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida.
Pablo Neruda



domingo, 14 de junho de 2015

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Namorados

Lembro com muita saudade
Daquele bailinho
Onde a gente dançava
Bem agarradinho
Aonde a gente ia mesmo
É pra se abraçar

Você com laquê no cabelo
E um vestido rodado
E aquelas anáguas
Com tantos babados
E você se sentava
Só pra me mostrar

E tudo que a gente transava
Eram três, quatro cubas
Eu era a raposa
Você era as uvas
Eu sempre querendo
Teu beijo roubar

E por mais que você
Se esquivasse
Eu tinha certeza
Que no fim do baile
Na minha lambreta
Aquele broto bonito
Ia me abraçar

Quando a orquestra
Tocava "Besame Mucho"
Eu lhe apertava
E olhava seu busto
Dentro do corpete
Querendo pular

Eu todo cheiroso
À "Lancaster"
E você à "Chanel"
Eu era um menino
Mas fazia o papel
Do homem terrível
Só pra lhe guardar

E tudo que a gente transava
Eram três quatro cubas
Eu era a raposa
Você era as uvas
Eu sempre querendo
Seu beijo roubar

E por mais
Que você se esquivasse
Eu tinha certeza
Que no fim do baile
Na minha lambreta
Contente pra casa
Eu ia te levar

E ao chegar em tua casa
Em frente ao portão
Um beijo, um abraço
Minha mão, tua mão
Com medo que o velho
Pudesse acordar

A pílula já existia
Mas nem se falava
Pois nos muitos conselhos
Que tua mãe te dava
Tinha um que dizia:
"Só depois de casar"

E tudo que a gente transava
Eram três, quatro cubas
Eu era a raposa
Você era as uvas
Eu sempre querendo
Teu beijo roubar

E por mais
Que você se esquivasse
Eu tinha certeza
Que no fim do baile
Na minha lambreta
Aquele corpo bonito
Ia me abraçar

Tudo que a gente transava
Eram três, quatro cubas
Eu era a raposa
Você era as uvas
Eu sempre querendo
Teu beijo roubar

E por mais
Que você se esquivasse
Eu tinha certeza
Que no fim do baile
Na minha lambreta
Aquele corpo bonito
Ia me abraçar

A Raposa e as uvas - Música de Reginaldo Rossi


quinta-feira, 11 de junho de 2015

terça-feira, 9 de junho de 2015

domingo, 7 de junho de 2015

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Salmo, 103

Porque o homem, são seus dias como a erva;
 como a flor do campo, assim floresce;
pois, passando por ela o vento, logo se vai,
e o seu lugar não conhece mais.
Mas a misericórdia do Senhor
 é de eternidade a eternidade sobre aqueles que O temem,
 e a sua justiça sobre os filhos dos filhos;
sobre aqueles que guardam o seu concerto,
o sobre os que lembram do Seus mandamentos para os cumprirem.

Salmos, 103:15-18



quarta-feira, 3 de junho de 2015

segunda-feira, 1 de junho de 2015