Balaústre sustenta a rede
embala um sonho inocente,
de um porvir frente ao passado
na aurora incandescente.
Calçadas desalinhadas.
Tortuosas, ávidas, ceifadas
de tantos desatinos
nas manhãs ensolaradas.
A rede embala o desejo
range na curva da vida
os devaneios noturnos
de criança desprovida.
Pássaros cantam na soleira
no cortiço, jandaíra prepara o mel
tecelã urde o fio cru da sorte
o arco-íris brilha no céu.
Extraído do Livro: Veredas do Outono - Rosa Firmo