Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas as
urgentes perguntas que te fiz.
Deixa-me ser feliz assim, já tão longe
de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto o nosso
amor durou.
Mas o tempo passou, há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria matar a
sede com água salgada.
Miguel Torga
Grande Miguel Torga, com sua forma sublime de escrever.
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