quarta-feira, 24 de setembro de 2025

SERIGUELA: o sabor da infância

Imagem: Arquivo pessoal


Uma fruta que desperta memórias e ainda surpreende

 com seus benefícios à saúde.


Geralmente, os quintais de antigamente tinham fruteiras que davam ao ambiente a aparência de um pequeno sítio.

Era uma verdadeira maravilha para a criançada, que além de aproveitar a sombra dessas árvores, ainda se divertia escalando-as para saborear os frutos.

A seriguela era a minha fruta predileta. Não importava a cor — amarela, laranja ou vermelha —, bastava ser doce para agradar ao nosso paladar.

Mesmo sem atingir a maturação completa, a seriguela não permanecia no pé: a gente subia e colhia onde quer que estivesse.

Em alguns sites consultados, descobri que a seriguela (Spondias purpurea) é rica em fibras, vitaminas A, C e do complexo B, minerais e antioxidantes.

Assim, a seriguela não é apenas nutritiva: é também memória doce, guardada no coração de quem viveu os quintais antigos.


Simone Beserra

 


 

terça-feira, 23 de setembro de 2025

URUCUM

Imagem: Arquivo pessoal


URUCUM, uma memória de infância.

 

O Urucum me remete à infância. Havia um pé em um canto do nosso quintal, e mamãe fazia colorau para o consumo da família. Lembro-me de que ela pilava, peneirava e, ao final, obtínhamos aquela farinha de tom vermelho-alaranjado.

Minha irmã e eu brincávamos à sombra do urucum. Arrancávamos algumas folhas e, com um palito de dente, furávamos toda a sua superfície, fingindo que eram bordados nossos.

Nem imaginávamos que sua utilidade ia muito além do colorau para temperar carnes e outros pratos. Os povos indígenas já o utilizavam para tingir o corpo e seus adornos.

Alguns sites de saúde mencionam que o urucum (Bixa orellana) tem propriedades relevantes: é rico em vitamina A; seu óleo é usado em cosméticos e, na medicina popular, é considerado um anti-inflamatório natural.

Hoje, sempre que vejo um pé de urucum, lembro não só das brincadeiras e do sabor da comida preparada por mamãe, mas também da riqueza cultural e medicinal dessa planta tão presente na nossa história. 


Simone Beserra


 

terça-feira, 11 de março de 2025

PADRÃO DE BELEZA

                                                    Imagem: Correio da Manhã /1919


SER GORDO JÁ FOI SINÔNIMO DE BOA SAÚDE E PROSPERIDADE.

No início do século XX, a visão sobre saúde e corpo era bastante diferente da que temos hoje. Uma das concepções predominantes na época era que pessoas gordas indicava sinônimo de boa saúde e prosperidade.

A gordura era associada a uma vida confortável, com alimentos em abundância. Isso contrastava com a figura da pessoa magra, frequentemente vista como alguém pobre, doente ou em dificuldades econômicas.

Ser gordo, portanto, era um sinal de que alguém tinha recursos e estava bem de vida, já que o excesso de peso estava diretamente ligado à ideia de que a pessoa era bem alimentada e não enfrentava problemas de privação.

Muitos remédios eram promovidos como "cura" para a magreza, sendo consumidos com o objetivo de ganhar peso.

Essa concepção passou a ser questionada mais tarde, à medida que os conhecimentos sobre nutrição e doenças associadas ao excesso de peso foram se expandindo.

Muita coisa mudou nesses últimos 100 anos!