Quem
prefere caminhar a correr agora tem mais motivos para continuar no ritmo das
passadas. A caminhada moderada pode ser tão eficiente para a saúde quanto a
corrida vigorosa, aponta uma pesquisa do Lawrence Berkeley National Laboratory,
na Califórnia (EUA) e publicada no periódico Arteriosclerosis, Thrombosis and
Vascular Biology no dia 5 de abril.
O
estudo apontou que as pessoas que caminham também têm menos riscos de ter
diabetes, hipertensão e doenças coronarianas.
Os
pesquisadores acompanharam por seis anos 33.060 corredores e 15.045 praticantes
de caminhada, comparando os gastos de energia relatados pelos entrevistados, e
os diagnósticos médicos de hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes e doença
cardíaca coronariana.
Os
indivíduos estudados tinham idades entre 18 a 80 anos, mas a maioria estava
entre os 40 e 50 anos de idade.
Para
os cientistas, os resultados são semelhantes porque ambas as atividades físicas
envolvem os mesmos grupos musculares, apenas mudando a intensidade de seu
trabalho. Na verdade, entre os entrevistados que praticavam caminhada, as
reduções do risco eram ainda maiores:
O
risco de desenvolver hipertensão diminui 4,2% com corrida, e 7,2% com caminhada.
Já
o desenvolvimento de colesterol alto cai 4,3% em corredores e 7% em quem
caminha.
A
diferença na queda dos riscos de diabetes foi pouca: 12,1% na corrida e 12,3%
na caminhada.
Quem
caminha reduz os riscos de doença coronariana em 4,5%, contra 9,3% em quem
prefere correr.
A
corrida e a caminhada foram medidas pela distância percorrida, ao contrário de
outros estudos que contabilizavam o tempo da atividade. Logo, os corredores têm
a vantagem de se exercitar mais em menos tempo. E quanto maior a distância que
as pessoas estudadas andavam ou corriam, maior a redução dos riscos destas
doenças em cada um deles. Portanto uma hora de corrida melhora os índices de
saúde mais do que uma hora caminhando.
Faça da caminhada um treino
Mas
não é qualquer caminhada que ajudará a reduzir as chances de ter colesterol
alto, diabetes ou hipertensão. Sua intensidade tem que ser de moderada a
intensa, o que demanda mais do que um simples “bater perna”. Para potencializar
o exercício e torna-lo um treino mesmo, é preciso encará-lo como uma atividade
física. Veja sete maneiras de tornar a caminhada em um treino para fortalecer o
corpo e trazer condicionamento físico.
Mantenha a freqüência
Fazer
caminhadas de 30 minutos, três vezes por semana, é suficiente para trazer
benefícios à saúde e à estética. Menos que isso provavelmente não trará bons
resultados. Para os que já treinam há algum tempo, vale aumentar o tempo, a
frequência ou o ritmo da caminhada, sempre observando a resposta do seu corpo
ao novo estímulo.
Cada
pessoa tem seu próprio condicionamento físico e, por isso, o ritmo e a
frequência do exercício devem ser estabelecidos individualmente. O educador
físico Carlos Henrique Sapucaia, de São Paulo, especialista em Treinamento Resistido,
explica que uma pessoa sedentária pode ter resultados prejudiciais se praticar
além do que o seu corpo é capaz de suportar, enquanto alguém altamente
condicionado não teria efeitos positivos se praticasse poucas vezes.
Caminhar
em pistas irregulares recruta músculos que não seriam solicitados ao andar em
um terreno liso. Gustavo Abade chama a atenção para a necessidade de redobrar o
cuidado com essa atividade física, já que ficar desatento ou caminhar em locais
sem iluminação adequada aumenta as chances de torções, tombos e lesões.
Também
é importante escolher o tênis correto. "O calçado de caminhada não é
exatamente o mesmo de corrida", afirma o especialista em esporte. "A
melhor maneira de evitar contusões é recorrer ao treinador ou fisioterapeuta ou
informar na loja especializada qual é a finalidade do calçado que pretende
comprar."
Carlos
Henrique Sapucaia explica que quem pratica atividade física em ruas ou parques
não tem as informações que uma esteira, por exemplo, disponibiliza, como
velocidade, distância percorrida e tempo. O podômetro, ou contador de passos,
pode ser uma ajuda e tanto para ter um parâmetro de distância. O uso de um
relógio e a manutenção de um percurso constante e conhecido também pode fazer
essa função.
Andar
em terrenos inclinados pode intensificar o fortalecimento muscular e ainda
melhorar a capacidade aeróbica. O treinador de corrida Gustavo Abade orienta
iniciar a atividade em ladeira de curta distância e baixa inclinação e aumentar
aos poucos. "Respeite o seu condicionamento cardiorrespiratório",
reforça. Ele também recomenda que essa atividade seja feita uma ou duas vezes
por semana.
Carlos
Henrique Sapucaia explica que intercalar as passadas com escadas aumenta o
fortalecimento, uma vez que o exercício recruta mais músculos. Os cuidados
também são os mesmos: tome cuidado com o cansaço excessivo, a resposta do seu
corpo, o solo e a iluminação.
Segundo
o educador físico Carlos Henrique, caminhar e correr são dois nomes diferentes
para uma mesma atividade: deslocar o corpo com os membros inferiores. Uma é
feita de forma suave e a outra é feita de maneira intensa. Em algum momento,
portanto, a pessoa deixará de caminhar e passará a correr.
"Ao
atingir este condicionamento, aumente a intensidade e passe a trotar ou
correr", explica o especialista. Comece a intercalar a corrida com a
caminhada para, em seguida, passar a só correr, respeitando sempre o seu
condicionamento físico.
Abrace
desafios de caminhada, como passeios ou até viagens caminhando. Isso aumenta o
empenho, faz com que o treino tenha mais foco e objetivo e você ainda ganha
condicionamento físico. Sem contar o prazer que essa atividade passará a
proporcionar. "Ao encarar a caminhada como uma forma de diversão e um
tempo livre para você, ela passa a ter benefícios que vão além da saúde física
e estética - como a sensação de bem-estar", explica Gustavo Abade.
Disponível
em:http://msn.minhavida.com.br/fitness/galerias/16225-caminhada-previne-doencas-cardiovasculares-tanto-quanto-corrida.
Acesso em: 09 abr. 2013.
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