quinta-feira, 23 de agosto de 2012

CURIOSIDADE – Saiba como surgiram as diferenças regionais do português brasileiro.


A Amazônia fala de um modo bem diferente do vizinho Nordeste. A razão para isso é que lá quase não houve escravidão de africanos. Predominou a influência do tupi, língua que não era falada pelos índios da região, mas foi importada por jesuítas no processo de evangelização.

O litoral nordestino recebeu muitos escravos negros, enquanto que o interior encheu-se de índios expulsos da costa pelos portugueses. Isso explica algumas diferenças dialetais. No Recôncavo baiano, o “t” é pronunciado como se fosse “tch”. É o caso de “tia”, que soa como “tchia”. No interior predomina o “t” seco, dito com a língua atrás dos dentes.


Quando a família real portuguesa mudou-se para o rio em 1808, fugindo de Napoleão, trouxe 16.000 lusitanos. A cidade tinha 50.000 mil habitantes. Essa gente toda mudou o jeito de falar carioca. Data daí o chiado no “s”, como em festa, que fica parecendo “feishta”. Os portugueses também chiam no “s”.


Os tropeiros paulistas entraram no Sul no século XVIII pelo interior, passando por Curitiba. O litoral sulista foi ocupado pelo governo português na mesma época com a transferência de imigrantes das Ilhas Açores. Na costa, fala-se “tu”, como é comum até hoje em Portugal. No interior de Santa Catarina, adota-se o “você”, provavelmente espalhado pelos paulistas.


Até o século XIX, a cidade de São Paulo falava o dialeto caipira, característico da região de Piracicaba. A principal marca desse sotaque é o “r” muito puxado como em porta, que falavam porrrrta. A chegada dos imigrantes, que vieram com a industrialização, diluiu esse dialeto e criou um novo sotaque paulistano, fruto da combinação de influências estrangeiras e de outras regiões brasileiras.


Fonte:
Super Interessante Ano 14 – Nº 04 abril 00 – Os dialetos do Brasil, págs. 48/49 – Alessandra Kalko e Elisa Cardoso

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