Um
sintoma muito comum nos dias de hoje. Se você não tem, certamente conhece
alguém que vira e mexe está se queixando de dor de cabeça. Isso gera importante
impacto na qualidade de vida, no desempenho social e mesmo profissional da
pessoa. Mas, o que será que desencadeia a dor? Quais são os gatilhos mais
importantes?
Para
o neurologista Leandro Teles, formado e especializado pela Universidade de São
Paulo, grande parte das dores de cabeça crônicas são determinada por aspectos
genéticos e exacerbada por aspectos ambientais.
—
Como ainda não podemos mudar o código genético, nos resta tentar mudar o estilo
de vida dessas pessoas — afirma.
Existem
inúmeras causas e tipos de dor de cabeça. As mais comuns são a dor tipo tensão
muscular (mais leve, constante e difusa na cabeça) e a temida enxaqueca (mais
forte, incapacitante, lateralizada, pulsátil, com náuseas e franca intolerância
a luz e ruído). Seja uma, seja outra, alguns cuidados na rotina de vida devem
ser tomados a fim de reduzir sua manifestação.
O
tratamento da dor de cabeça crônica é um processo que nasce de um diagnóstico
preciso, compreensão do contexto de vida do paciente, mapeamento dos sintomas
(diário de dor), mudanças de estilo de vida e, eventualmente, medicamento
preventivo — explica o neurologista.
Ele
avalia alguns hábitos que podem gerar dor em pessoas com enxaqueca e dor de
cabeça tensional.
•
Sedentarismo - Esse é um erro comum de quem tem dor de cabeça frequente.
Inúmeros estudos já demonstraram os benefícios da atividade física regular na
redução da frequencia e intensidade de crises de dor de cabeça. O ideal é a
atividade aeróbica, que dê prazer ao praticante (seguir gostos pessoais) e com
regularidade. Além de um controle direto das dores, a atividade melhora o sono,
controla a ansiedade, o peso e a saúde como um todo.
•
Privação de sono - Isso não é nada recomendado para tem predisposição à
dor de cabeça. O ideal é manter certa regularidade de horário, dormir
continuamente e por pelo menos seis e até 10 horas por noite (a depender da
necessidade individual). Quando for inevitável a privação é fundamental
descansar bastante antes da noite em questão e dar opção ao corpo de descansar
um pouco a mais na manhã seguinte. Outro problema quem tem dores de cabeça é
dormir demais, isso mesmo, dormir muito também causa dor. Por isso a dica é a
regularidade.
•
Ficar muito tempo sem comer - Erro clássico. As pessoas estão sempre no
corre-corre, resolvendo problemas do dia a dia e se esquecem dessa medida
simples e muito importante: se alimentar em intervalos regulares. Quem tem
enxaqueca ou cefaleia tensional pode desencadear uma crise por essa privação
glicêmica. A dica é manter pequenas porções, várias vezes ao dia. Evite ficar
mais de quatro horas sem comer alguma coisa, pode ser uma refeição, um lanche,
uma fruta ou mesmo uma barra de cereais.
•
Alimentação inadequada - Algumas pessoas são sensíveis a alguns
alimentos, manifestando dor de cabeça após esse consumo. Os mais comuns no caso
da enxaqueca são: chocolate ao leite, queijos amarelos, embutidos, condimentos
e temperos. Eles podem conter substâncias que alteram o calibre dos vasos
dentro da cabeça, precipitando uma crise (são ricos em tiramina, cafeína,
sulfitos, nitratos, etc.). O ideal é ficar bem atento, só retire da dieta se
houver uma associação consistente. Atente também para laticínios (muitas
pessoas são intolerantes), fast food e refrigerantes. Neste quesito cada
paciente precisa se conhecer muito bem e evitar dietas padronizadas sem
evidência de associação.
•
Estresse do dia a dia - Isso sim é uma bomba-relógio. A sobrecarga de
trabalho, acúmulo de tarefas, pressão emocional, tudo isso coopera com a
elevação na taxa de crises de dor de cabeça. Como é impossível eliminar todos
os fatores estressores da nossa rotina, a dica é tentar minimizar esses
momentos e abusar de medidas anti estresse (atividades de relaxamento, sociais,
lazer, atividade física, férias, etc.).
•
Consumo de álcool - O álcool pode gerar dor de cabeça tipo tensão e
agravar enxaqueca. Isso pode ocorrer desde poucos minutos após sua ingestão
(efeito vasodilatador e neurotóxico do etanol) até um dia após (efeito de
desidratação da ressaca). Quem tem predisposição a crises de dor de cabeça deve
ter muita moderação e cuidado com uso do álcool. No caso específico da
enxaqueca, ocorre uma sensibilidade maior ao vinho tinto, que além do álcool
contém tiramina (uma substância que altera os vasos).
•
Abuso de medicamento analgésico - Consumir muito analgésico causa mais
crises de dor. Parece paradoxal, mas é isso mesmo. O analgésico comum pode ser
usado para crises muito eventuais, nó máximo duas vezes na semana. Acima disso,
consideramos abuso, pois ele precipita a dor de cabeça rebote. O medicamento em
excesso faz com que as crises retornem com uma frequência cada vez maior,
podendo aparecer até todos os dias. Para evitar isso é fundamental procurar ajuda
especializada e iniciar um tratamento mais adequado e personalizado.
•
Doenças descompensadas - Uma série grande de doenças clínicas
descompensadas pode causar ou piorar crises de dor de cabeça. Entre as
principais estão: fibromialgia, problemas de coluna cervical, depressão,
ansiedade, problemas na tireoide, insônia, disfunção de ATM, bruxismo, etc. Por
isso é fundamental manter a saúde em dia e atentar para a compensação de outras
patologias que possam estar associadas à dor de cabeça. Para tal, é importante
o seguimento médico regular e uma abordagem clínica abrangente.
•
Oscilação hormonal - A queda ou a elevação do estrógeno são importantes
desencadeadores de dores de cabeça. A montanha russa hormonal que as mulheres
em idade fértil passam as torna muito mais sensíveis às dores de cabeça. Por
isso que a enxaqueca é três vezes mais comum em mulheres do que em homens. O período de
maior risco é o pré-menstrual, onde o estrógeno despenca, mas podem ocorrer
crises durante ou mesmo logo após a menstruação. É fundamental checar se sua
dor de cabeça tem esse padrão e comunicar ao seu ginecologista e seu
neurologista de confiança.
•
Exposição solar excessiva - Mais um fator provocador de dor. A exposição
excessiva, seja em tempo, seja em intensidade, pode causar desde desconforto
leve até fortes crises de enxaqueca. O calor é vasodilatador, e além disso a
exposição luminosa intensa pode precipitar crises. No verão é muito comum haver
piora das crises, por viagens, alteração do ritmo de sono e alimentar, excesso
de álcool e aumento da exposição solar.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2013/02/o-que-causa-a-dor-de-cabeca-faca-o-correto-diagnostico-para-achar-a-cura-4049336.html.Acesso
em: 27 fev. 2013.
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