Todos são
microorganismos: seres invisíveis a olho nu também chamados genericamente de
micróbios ou germes. Os dois termos são do século 19, quando a tecnologia
disponível ainda não permitia diferenciar um microorganismo de outro.
A humanidade,
aliás, passou a maior parte de sua história sem fazer idéia de que esses seres
existiam. Apenas no século 17, quando foi aperfeiçoado o microscópio, a ciência
pôde finalmente observar criaturas unicelulares em ação – mas só as
maiorzinhas, hoje chamadas de protozoários.
No final do
século 20, quando se tornou possível examinar o material genético dos micróbios,
descobriu-se que há maior variedade entre eles do que entre animais e plantas.
Os
microbiologistas confessam ser incalculável o número total de espécies somando
bactérias, protozoários e vírus aos tipos também microscópicos de fungos e algas.
Com essa
diversidade toda, os microorganismos foram os únicos seres que se adaptaram a
todos os lugares do planeta: estão no ar, no fundo do mar, no subsolo – e
dentro de nós. “Existem mais células de bactérias no nosso corpo do que células
humanas”, diz o microbiologista Jacyr Pasternak, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Geralmente,
esses parasitas se aproveitam dos nutrientes de nosso organismo sem causar
problemas – e alguns até fazem bem, como certos lactobacilos que evitam
infecções. Mas não faltam bactérias altamente perigosas.
A Yersinia pestis, por
exemplo, causou a famosa Peste Negra, que matou um terço da Europa entre 1347 e
1351, sem que se soubesse a causa da doença. Ela só pôde ser descoberta no
final do século 19, quando o químico francês Louis Pasteur (1822-1895)
demonstrou que as bactérias (qualquer microorganismo unicelular desprovido de
núcleo), com sua grande capacidade de contágio, eram as verdadeiras responsáveis
por várias doenças.
Mas Pasteur
também constatou que existiam microorganismos benéficos para a humanidade, ao
observar que certos fungos microscópicos, as leveduras, eram responsáveis pela
fermentação – ou seja, sem elas não haveria pão, queijo, vinho ou cerveja.
Tão importante
quanto o célebre cientista francês foi seu contemporâneo Robert Koch
(1843-1910), médico alemão que demonstrou como bactérias específicas causavam
doenças igualmente distintas.
Em apenas duas décadas (entre 1880 e 1900), o
trabalho de Pasteur e Koch lançou as bases de uma nova ciência: a microbiologia,
que, ao longo do século do 20, não pararia de revelar criaturas cada vez mais
pequeninas.
Não demorou para
descobrirem que até as bactérias eram infectadas por seres ainda menores: os vírus.
Por fim, a microbiologia se expandiu além da medicina, revelando que
algas do tamanho de bactérias produzem de 30% a 50% do oxigênio que respiramos.
“Sem elas, a
atmosfera, como a conhecemos, não existiria”, afirma o microbiologista Gabriel
Padilla, da Universidade de São Paulo (USP).
VÍRUS - Dez mil
vezes menores que as bactérias, eles não passam de material genético com uma
capa de proteína. Alguns cientistas nem os consideram seres vivos, porque não
têm metabolismo próprio: usam as células dos organismos que invadem para se
reproduzir. Só o vírus da AIDS matou 25 milhões de pessoas nos últimos 20 anos
– enquanto o da gripe espanhola eliminou o mesmo número em apenas dois anos
(1918-1919). Aliás, os vírus da gripe, como o Influenza da foto, são
extremamente difíceis de controlar, por estarem constantemente em mutação.
PROTOZOÁRIOS - São
unicelulares como as bactérias, mas possuem (assim como as células de plantas e
animais) organelas, que ajudam a processar nutrientes e gerar energia, como
minúsculos pulmões, estômagos e outros órgãos). Existem protozoários visíveis,
de até 2 milímetros. Outros são mil vezes menores. O maior assassino entre
microorganismos é um protozoário: o Plasmodium falciparum (na foto, atacando um
glóbulo vermelho). Ele causa a malária, que mata 2 milhões de pessoas por ano.
BACTÉRIAS - Seres
unicelulares que não possuem sequer um núcleo separado por membrana. Depois dos
vírus, são as criaturas mais simples que existem, medindo entre 0,5 e cinco
milésimos de milímetro. Foram a primeira forma de vida a surgir na Terra, há 3
bilhões de anos. Com tanto tempo de vida, tornaram-se bem resistentes e algumas
são inimigas temíveis, como a Neisseria gonorrhoeae (foto), que, sexualmente
transmissível, causa a gonorréia, por exemplo. Por outro lado, são as grandes
faxineiras do planeta, decompondo plantas e animais mortos.
BACILOS - Esse é
o nome dado às bactérias em forma de bastão – enquanto as esféricas são
chamadas de cocos e as curvas, de vibriões. Os bacilos ficaram mais famosos por
causarem doenças como a tuberculose – cujo agente Mycobacterium tuberculosis, é
mais conhecido como Bacilo de Koch. Recentemente, o Bacillus anthracis (foto),
que transmite a letal infecção antraz, ganhou notoriedade como arma
bacteriológica na mão de terroristas. Mesmo assim, a grande maioria dos
bacilos, como dos outros tipos de bactéria, não é nociva.
FUNGOS - A
variedade é enorme. Alguns fungos, como os cogumelos, são bem desenvolvidos,
mas os que interessam aqui são unicelulares e contêm organelas, como os
protozoários. Entre os mais chegados ao ser humano está o Candida albicans, que
causa micoses. Já o Penicillium roqueforti serve para fabricar queijos como
gorgonzola e, claro, roquefort. Com outro fungo do gênero Penicillium, o
notatum (foto), faz-se a penicilina, um os antibióticos que mais salvam vidas.
VERSIGNASSI, Alexandre. Qual é a diferença entre germe, micróbio, bactéria, bacilo e vírus? Disponível em:http://super.abril.com.br/ciencia/qual-diferenca-germe-microbio-bacteria-bacilo-virus-443659.shtml. Acesso em: 27/02/13
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