sexta-feira, 15 de março de 2013

Cefaleia e Enxaqueca - Faça o correto diagnóstico para achar a cura


Um sintoma muito comum nos dias de hoje. Se você não tem, certamente conhece alguém que vira e mexe está se queixando de dor de cabeça. Isso gera importante impacto na qualidade de vida, no desempenho social e mesmo profissional da pessoa. Mas, o que será que desencadeia a dor? Quais são os gatilhos mais importantes?

Para o neurologista Leandro Teles, formado e especializado pela Universidade de São Paulo, grande parte das dores de cabeça crônicas são determinada por aspectos genéticos e exacerbada por aspectos ambientais.
— Como ainda não podemos mudar o código genético, nos resta tentar mudar o estilo de vida dessas pessoas — afirma.

Existem inúmeras causas e tipos de dor de cabeça. As mais comuns são a dor tipo tensão muscular (mais leve, constante e difusa na cabeça) e a temida enxaqueca (mais forte, incapacitante, lateralizada, pulsátil, com náuseas e franca intolerância a luz e ruído). Seja uma, seja outra, alguns cuidados na rotina de vida devem ser tomados a fim de reduzir sua manifestação.

O tratamento da dor de cabeça crônica é um processo que nasce de um diagnóstico preciso, compreensão do contexto de vida do paciente, mapeamento dos sintomas (diário de dor), mudanças de estilo de vida e, eventualmente, medicamento preventivo — explica o neurologista.
Ele avalia alguns hábitos que podem gerar dor em pessoas com enxaqueca e dor de cabeça tensional.

Sedentarismo - Esse é um erro comum de quem tem dor de cabeça frequente. Inúmeros estudos já demonstraram os benefícios da atividade física regular na redução da frequencia e intensidade de crises de dor de cabeça. O ideal é a atividade aeróbica, que dê prazer ao praticante (seguir gostos pessoais) e com regularidade. Além de um controle direto das dores, a atividade melhora o sono, controla a ansiedade, o peso e a saúde como um todo.

Privação de sono - Isso não é nada recomendado para tem predisposição à dor de cabeça. O ideal é manter certa regularidade de horário, dormir continuamente e por pelo menos seis e até 10 horas por noite (a depender da necessidade individual). Quando for inevitável a privação é fundamental descansar bastante antes da noite em questão e dar opção ao corpo de descansar um pouco a mais na manhã seguinte. Outro problema quem tem dores de cabeça é dormir demais, isso mesmo, dormir muito também causa dor. Por isso a dica é a regularidade.

Ficar muito tempo sem comer - Erro clássico. As pessoas estão sempre no corre-corre, resolvendo problemas do dia a dia e se esquecem dessa medida simples e muito importante: se alimentar em intervalos regulares. Quem tem enxaqueca ou cefaleia tensional pode desencadear uma crise por essa privação glicêmica. A dica é manter pequenas porções, várias vezes ao dia. Evite ficar mais de quatro horas sem comer alguma coisa, pode ser uma refeição, um lanche, uma fruta ou mesmo uma barra de cereais.

Alimentação inadequada - Algumas pessoas são sensíveis a alguns alimentos, manifestando dor de cabeça após esse consumo. Os mais comuns no caso da enxaqueca são: chocolate ao leite, queijos amarelos, embutidos, condimentos e temperos. Eles podem conter substâncias que alteram o calibre dos vasos dentro da cabeça, precipitando uma crise (são ricos em tiramina, cafeína, sulfitos, nitratos, etc.). O ideal é ficar bem atento, só retire da dieta se houver uma associação consistente. Atente também para laticínios (muitas pessoas são intolerantes), fast food e refrigerantes. Neste quesito cada paciente precisa se conhecer muito bem e evitar dietas padronizadas sem evidência de associação.

Estresse do dia a dia - Isso sim é uma bomba-relógio. A sobrecarga de trabalho, acúmulo de tarefas, pressão emocional, tudo isso coopera com a elevação na taxa de crises de dor de cabeça. Como é impossível eliminar todos os fatores estressores da nossa rotina, a dica é tentar minimizar esses momentos e abusar de medidas anti estresse (atividades de relaxamento, sociais, lazer, atividade física, férias, etc.).

Consumo de álcool - O álcool pode gerar dor de cabeça tipo tensão e agravar enxaqueca. Isso pode ocorrer desde poucos minutos após sua ingestão (efeito vasodilatador e neurotóxico do etanol) até um dia após (efeito de desidratação da ressaca). Quem tem predisposição a crises de dor de cabeça deve ter muita moderação e cuidado com uso do álcool. No caso específico da enxaqueca, ocorre uma sensibilidade maior ao vinho tinto, que além do álcool contém tiramina (uma substância que altera os vasos).

Abuso de medicamento analgésico - Consumir muito analgésico causa mais crises de dor. Parece paradoxal, mas é isso mesmo. O analgésico comum pode ser usado para crises muito eventuais, nó máximo duas vezes na semana. Acima disso, consideramos abuso, pois ele precipita a dor de cabeça rebote. O medicamento em excesso faz com que as crises retornem com uma frequência cada vez maior, podendo aparecer até todos os dias. Para evitar isso é fundamental procurar ajuda especializada e iniciar um tratamento mais adequado e personalizado.

Doenças descompensadas - Uma série grande de doenças clínicas descompensadas pode causar ou piorar crises de dor de cabeça. Entre as principais estão: fibromialgia, problemas de coluna cervical, depressão, ansiedade, problemas na tireoide, insônia, disfunção de ATM, bruxismo, etc. Por isso é fundamental manter a saúde em dia e atentar para a compensação de outras patologias que possam estar associadas à dor de cabeça. Para tal, é importante o seguimento médico regular e uma abordagem clínica abrangente.

Oscilação hormonal - A queda ou a elevação do estrógeno são importantes desencadeadores de dores de cabeça. A montanha russa hormonal que as mulheres em idade fértil passam as torna muito mais sensíveis às dores de cabeça. Por isso que a enxaqueca é três vezes mais comum em mulheres do que em homens. O período de maior risco é o pré-menstrual, onde o estrógeno despenca, mas podem ocorrer crises durante ou mesmo logo após a menstruação. É fundamental checar se sua dor de cabeça tem esse padrão e comunicar ao seu ginecologista e seu neurologista de confiança.

Exposição solar excessiva - Mais um fator provocador de dor. A exposição excessiva, seja em tempo, seja em intensidade, pode causar desde desconforto leve até fortes crises de enxaqueca. O calor é vasodilatador, e além disso a exposição luminosa intensa pode precipitar crises. No verão é muito comum haver piora das crises, por viagens, alteração do ritmo de sono e alimentar, excesso de álcool e aumento da exposição solar.







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