domingo, 17 de março de 2013

O lado correto de usar o papel alumínio - Veja dicas e possíveis riscos para a saúde


Segundo o consultor gastronômico Luiz Spagnolli, o lado brilhante, mais liso, deve ficar do lado interno do cozimento, junto ao alimento. Por ser menos aderente, gruda menos na carne. Outra razão é que o lado brilhante é mais refletivo em relação às ondas de calor. Se ficar virado para o lado externo, o cozimento demorará mais.

No entanto, a principal polêmica em relação ao uso de papel alumínio na cozinha está ligada à possível relação do metal com o Mal de Alzheimer. "Essa discussão é muito antiga. Ainda há quem questione, e não há uma prova definitiva. Existem textos na literatura que afirmam que o consumo de alimentos contaminados com o alumínio ao longo da vida pode servir de gatilho para a doença em quem já tem predisposição genética", revela o neurologista André Felício, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

Para Felício, mesmo quem não tem predisposição genética, não há como garantir que o alumínio não causará o problema ou trará outras consequências para a saúde. "O acúmulo de metais pesados é prejudicial e conta com o auxílio de outros fatores de risco, como o envelhecimento. Ficar mais velho é um processo pelo qual todos nós passamos, não há como evitar. Nesses casos, o alumínio também pode servir de gatilho para o Alzheimer", explica o médico.

O uso correto do papel alumínio na cozinha poderia ser uma forma de reduzir o contato do metal com a comida, já que a parte brilhante adere menos ao alimento, porém o neurologista prefere a prevenção: "Existem muitas outras formas de nos expormos a esses metais pesados. Então, é importante evitar sempre que possível e usar outros materiais no preparo dos alimentos", explica Felício.
 
Apesar do posicionamento preventivo do médico, a Academia Brasileira de Neurologia libera a utilização do papel alumínio no preparo de alimentos. "Não existe nenhum estudo que prove que o consumo de pequenas quantidades de alumínio sejam realmente causadoras de algum tipo de demência. O risco existe para quem se expõe a grandes quantidades de alumínio, como em algumas fábricas. Fora isso, não há nenhum problema comprovado", afirma o médico Ivan Okamoto, representante da ABN.

A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) também refuta a ideia de que o uso doméstico possa causar problemas de saúde. Em sua página na internet, a ABAL disponibiliza uma pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA), do Instituto de Tecnologia de Alimentos, que testou a possibilidade de transferência de material em alimentos feitos em panelas de alumínio. O experimento, realizado entre julho de 2001 e agosto de 2002, concluiu que, durante o cozimento de alimentos ácidos, onde há uma maior transferência de alumínio, há uma dissolução de 2% do máximo de material tolerável diariamente, levando em conta o limite estipulado pela Organização Mundial de Saúde. O índice foi considerado "não relevante" pela CETEA.

Para quem prefere evitar o uso, o consultor gastronômico Luiz Spagnolli explica que o papel celofane costuma ser uma opção para substituir o papel alumínio, mas nem sempre tem o mesmo efeito. "Por se tratar de um filme elaborado a partir de fibras naturais, não desprende substâncias tóxicas, porém permite que o líquido dos alimentos vaze por ocasião do cozimento. Em certos casos, isso prejudica o sabor", finaliza o chef.
 

Materiais com alumínio aos quais nos expomos:

1 - Desodorantes estão entre os produtos que usamos diariamente que possuem alumínio em sua composição. A pele pode absorver parte do material, porém o organismo elimina naturalmente as pequenas quantidades de alumínio.

2 - A pasta de dente tem alumínio em sua composição, além de ficar em contato direto com a parte interna do tubo, que também costuma ser de alumínio.

3 - Os antiácidos, comumente usados por pessoas com azia, tem um alto índice de hidróxido de alumínio em sua composição. "O máximo diário que as pessoas poderiam ingerir desse produto é de 0,1 mg/L. Cada dose de antiácido tem cerca de 1g", afirma o neurologista André Felício.

4 - As panelas de alumínio são as que costumam causar mais polêmica, pois pode haver a transferência de alumínio para o alimento durante seu preparo. O consultor gastronômico Luiz Spagnolli sugere a utilização de panelas de aço inoxidável. "Além de não apresentar esse problema, conferem um armazenamento térmico mais eficiente", afirma o especialista.

5 - Latas de alumínio também podem liberar o metal, principalmente se tiverem conteúdo ácido, como sucos cítricos ou refrigerantes.

6 - Colorantes utilizados em produtos como ketchup e outros condimentos pré-preparados também podem conter alumínio.

7 - Fermentadores utilizados em pães e outras massas costumam ter alumínio na composição.

8 - A água potável é outra fonte com alto teor de alumínio, já que alguns produtos usados em seu tratamento são compostos do metal. "Se o alumínio das panelas pode ser evitado, a água que usamos no cozimento do alimento contém alumínio e pode contaminar ainda mais a comida", afirma o neurologista André Felício. Para o especialista, são necessárias sérias discussões de políticas públicas que reduzam a presença do metal na água potável. O Ministério da Saúde estabelece o limite máximo de 0,20 miligramas de alumínio por litro de água.

9 - Esmaltes, principalmente os mais brilhantes, também costumam ter a presença de alumínio em sua composição.

10 - Assim como as latas de alumínio, embalagens "tetra pak" têm o interior revestido por alumínio. Para o neurologista André Felicio, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), "o acúmulo de metais pesados é prejudicial e conta com o auxílio de outros fatores de risco, como o envelhecimento, para desencadear o Mal de Alzheimer". No entanto, a Academia Brasileira de Neurologia explica que não há motivo para preocupação. "Não existe nenhum estudo que prove que o consumo de pequenas quantidades de alumínio sejam realmente causadoras de algum tipo de demência. O risco existe para quem se expões a grandes quantidades de alumínio, como em algumas fábricas. Fora isso, não há nenhum problema comprovado", explica o médico Ivan Okamoto, representante da ABN. 






 

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